Há cães e cães. Há cães que sabem ser cães. Que achas Cris? A Cris sorria e nada dizia. Preferia ouvir a Lis falar dos devaneios dos cães deste mundo.
Há cães, dizia a Lis, que não ganham emenda: são os ditos cães-trastes ou os trastes-cães, aqueles que raiam a delinquência canina, a quase falta de civilidade, a ausência total de tato politico, o mais profundo narcisismo ego canino e a cegueira politica extrema; e um ódio que tresanda a loucura. Há cães assim. O mundo animal é assim, de uma ferocidade animal, canina, de uma maldade assustadora, de trastes-cães e de cães-trastes que arreganham os dentes numa sede de efemeridade assassina.
A arrogância canina, o ego canino, a ilusão canina de domínio do mundo canino, esse quase louco instante de ser traste-cão ou cão-traste é, em suma, a razão primeira para a gargalhada do mundo animal que por norma assiste alheado a esse frenesim inaudito.
Sabes Lis, dizia a Cris, é uma ironia, a vida é uma ironia, percecionar, cães-trastes ou trastes-cães tornando-se em lobos ou pior: invernos eternos de uma vida que nunca viverão.
Aproxima-se o 25 de Abril: 40 anos. Recordo-me como se fosse hoje. Temo que muitos e muitos se tenham esquecido.
Recordo Abril a propósito de ter silenciado a minha voz numa discussão pública, numa questão pública, que é de domínio público, noticiada pela imprensa nacional, que será decidida por órgãos de soberania nacionais (TC), portanto não restrita a um espaço restrito, mas sim ao espaço de todos.
Silenciei a minha voz para que ninguém fosse prejudicado ou se sentisse beneficiado. Silenciei a minha voz perante as vozes insultuosas e soezes de quem não consegue dirimir, em democracia, seja o que for.
E é esta gente, é esta esquerda que se arroga em Abril! Fico sempre perplexo! Abril é isto! Democracia, Liberdade, é isto!
Abril para quê? Que esquerda? Valha-me Deus!
Silenciei a minha voz perante a arrogância e fascizante postura antidemocrática reinante. É este o retrato da esquerda intolerante, mas feliz.
Tenho pena! Tenho pena de abril!
Costumava dizer:
- Há pessoas que são como cães. E há cães que não conhecem o dono.
Eu olhava-o perplexo! E ele continuava.
- Há pessoas que são cães. Há pessoas que serão sempre como cães. Há pessoas que nunca mudarão: morrerão como cães.
O meu olhar de espanto não o comovia. Ele continuava.
- Serão sempre cães. Viverão sempre como cães. Piores serão aqueles que se intitulam, se afirmam, como pertencendo a parte alguma, não sendo de Alvarenga, de Lisboa ou de Moscovo mas pertencendo ao Mundo, esses serão e viverão e agirão como verdadeiros cães, pois não são de nada nem de ninguém e vivem num mundo só deles: medo, angústia; enfim, um labirinto que nem Freud consegue explicar. Cuidado com estes cães: mordem sem razão aparente, serão sempre cães sem dono.
Um LAVRADOR. - Quem quer um LAVRADOR? Ao desbarato. No Registo/CC/Lê-se: JCPC.
Quem o afirma é Passos Coelho, e bem, porque o colossal problema do endividamento do Estado e do país vai levar muitos anos a resolver.
Todavia, importa esclarecer que, até ao momento, têm sido apenas as famílias e as empresas a trabalhar nesse sentido. A redução dos salários e das pensões e o aumento de impostos forçaram as famílias a viver com muito menos. A quebra do mercado interno obrigou as empresas a fazerem pela vida e a virarem-se para outros mercados. Uns e outros têm conseguido gerar excedentes comerciais históricos, contribuindo assim para a desalavancagem do país.
Todos estão a fazer esforços hercúleos menos o Estado, que é o mais endividado de todos e de quem se esperaria o maior dos sacrifícios. A despesa sem juros continua a aumentar e não se vêem quaisquer decisões relevantes que a possam mitigar no curto prazo. Fala-se há meses do famoso guião da reforma do Estado mas ele permanece escondido ou não existe mesmo de todo. É por isso que os mercados hesitam e os juros da nossa dívida pública vão oscilando em valores relativamente elevados.
Nunca nenhum governo teve um objectivo tão definido como este: Executar o programa de ajustamento e restituir a Portugal a soberania financeira alienada por Sócrates. Terá pleno êxito se o conseguir. Mas se tiver de prolongar a "assistência", qualquer que seja o nome que lhe queiram dar, o governo terá falhado o seu principal e quase único propósito. Neste caso, será a dependência da Troika que representará a saída do governo. Sem sofismas, por favor.
publicado por João Ferreira do Amaral, 31 de armada-Domingo, 6 de Outubro de 2013
Reina, de novo, «a paz e o amor». É lindo! E como é lindo sentir a consciência leve e tranquila! Nem imaginam! Nem todos o poderão dizer…Enfim! É vida. Siga a normalidade, visando uma razão maior: o futuro.