Sombras tutelares
Acreditem, tenho tido um cuidado extremo e despretensioso nas diferentes entrevistas publicadas pelo Semanário TVS. Acreditem, tenho feito um esforço muito grande para fazer uma cuidada e criteriosa análise a cada uma e fazer a devida confrontação, retirando as óbvias conclusões. Dir-vos-ei que não tem sido uma tarefa fácil. Ir-me-ão dizer que ainda faltam duas entrevistas. É verdade. Mas depois de escutados cinco vereadores há substância bastante para análise relevante.
Se o presidente da Câmara se limitou a apontar com toda a clareza que o seu candidato para 2013 era Pedro Machado, seu vice, Leonel Vieira afirmou ser ainda hora de ponderação e foi claro: para ter fosse o que fosse na vida teve sempre que lutar para o conseguir enquanto havia quem não o precisasse de fazer pois era levado ao colo. Pedro Machado limitou-se ao formalismo, às obras de regime e a pouco mais. Agostinho Gaspar foi pouco ou nada diplomata e no meio da entrevista lembrou-se da urgência dos currículos ou não para o êxito na vida. José Santalha relembrou a suprema importância dos bicos dos pés, como se a política fosse um ballet perpétuo.
Cinco entrevistas e cinco obras de arte. Acreditem. Farão história. Serão história. Marcarão a história política de Lousada, tendo em conta o contexto atual. Acreditem. É dos livros e está nos livros que a roupagem do combate político faz-se do todo e nunca da parte. Daí que o tempo futuro seja imperdível para aquilatar da sua eficácia. De nada vale persistir na estratégia peregrina que a sombra tutelar de outrem será o melhor. Há um dia que terá de sair detrás da cortina: primeiro a cabeça, a seguir o tronco e depois os pés. Pode sair de lado, a rastejar ou em bicos de pés, mas terá de abandonar a sombra tutelar e de dizer aos Lousadenses que se apresenta ao combate. Sem sombras tutelares. E nesse dia estará sozinho. Os Lousadenses estão expectantes e à espera que se decida…