Sábado, 28.04.12

Ser líder

Pedro Passos Coelho, ao DN, em 2010:

 

«Não farei a ninguém no PSD o que me fizeram a mim no passado. Por essa mesma razão, e porque não guardo ressentimentos nem tenho pedras no sapato, nem quero ajustar contas com ninguém, já disse: eleito presidente do PSD, os primeiros que chamarei para a primeira linha da intervenção política e partidária serão os que tiveram a coragem de se apresentar com um projecto à liderança.»

publicado por José Carlos Silva às 13:34 | link do post | comentar

Da liturgia

Há na liturgia do acto político uma premência: seriedade na sua prática, pois a sua não efectivação torna-a numa descontinuidade, fazendo do seu discurso um vazio ensurdecedor. E redundando numa outra dura realidade: mais de duas décadas de poder conduzem ao despudor de ousar insinuar a negação do direito à luta pela alternância democrática por esse mesmo poder. Ironia! Que sina!

O melhor de uma democracia é dispor de liberdade e ter o imperioso dever de almejar, ousar, cobiçar, sonhar ser alternativa a um poder que se pretende eternizar a todo o custo.

publicado por José Carlos Silva às 13:31 | link do post | comentar
Quarta-feira, 25.04.12

Liberdade - Segundo Jorge de Sena

(...)

«Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente â secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de sangue.»
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de urna classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.»

(...)

In Carta a meus filhos sobre o fuzilamento de Goya

publicado por José Carlos Silva às 19:37 | link do post | comentar

A vida obriga a jogar

A vida ensina. Os anos obrigam a aprender. E depois há o jogo das circunstâncias, que a vida obriga a jogar. Tudo vai, portanto, deslizando por entre um ou outro contratempo, mas caminhando segundo os ditames do quotidiano: sorrindo, mesmo quando o desejo é não sorrir.

A vida ensina. Os anos obrigam a aprender. E depois há o jogo das circunstâncias, que obriga a jogar. Curioso! Pois é.

A vida ensina. Os anos obrigam a aprender…

publicado por José Carlos Silva às 19:34 | link do post | comentar

Cumprir abril

25 de Abril: Cavaco apela a "todos os portugueses" para que corrijam informação sobre país no estrangeiro

Presidente da República alerta para a falta de informação e a desinformação que diz existir no estrangeiro sobre Portugal. Esquerda critica e direita aplaude discurso pela positiva

Ler mais: http://expresso.sapo.pt#ixzz1t4pnZq2M

publicado por José Carlos Silva às 19:09 | link do post | comentar
Terça-feira, 24.04.12

Álvaro Cunhal não queria o 25 de Abril

Durante o Estado Novo, o PCP minou sempre a oposição anti-salazarista. Cunhal e seus muchachos não toleravam uma oposição não-comunista. Porquê? Segundo Vítor Cunha Rêgo, o PCP estava interessado na manutenção do poder de Salazar. Porquê? "Da ditadura da extrema-direita à ditadura da extrema-esquerda vai o salto de uma cobra" . Décadas depois, Zita Seabra confirmou o diagnóstico de Cunha Rêgo. Os comunistas portugueses, escreveu Seabra, sabiam que "era mais fácil Portugal chegar ao socialismo directamente saído da ditadura". Se o país entrasse na democracia parlamentar, o salto para o comunismo estaria comprometido. É por isso que Cunhal minou sempre as oposiçãos democráticas. É por isso que Cunhal criticou o apoio que o breve PCP não-cunhalista deu a Humberto Delgado.

Em 1957, no V Congresso do PCP, Júlio Fogaça defendeu uma unidade "anti-fascista", uma coligação que juntasse todos os "democratas" e que fizesse um "aproveitamento das possibilidades de luta legal, através dos próximos actos eleitorais". Em consequência, este PCP apoiou Humberto Delgado em 1958. Mais tarde, quando voltou à liderança do partido, Cunhal criticou este apoio. O Generalíssimo do PCP não admitia que os comunistas fossem diluídos numa unidade anti-Salazar e, acima de tudo, Cunhal só admitia a via armada. A urna era para meninos. Portanto, é de admitir a seguinte hipótese: se Cunhal controlasse o PCP em 57/58, aquele partido teria boicotado Humberto Delgado, tal como boicotou outros candidatos após o regresso de Cunhal (1960).

Mas deixemos as suposições contra-factuais e entremos nos factos: Álvaro Cunhal teve medo do 25 de Abril, aliás, Cunhal não queria o 25 de Abril. Porquê? Porque o PCP não controlava o golpe, e porque o golpe podia abrir caminho à democracia parlamentar. A partir do seu trono parisiense, Álvaro Cunhal deu ordens para o partido ter cuidado com o movimento do MFA. Sucede que a liderança interna (Carlos Brito) resistiu a esta relutância cunhalista. A resistência foi tanta que Álvaro Cunhal, em Março de 74, tentou pôr ordem na casa através da convocação de um plenário do Comité Central a ter lugar na URSS em Setembro. Ou seja, Cunhal queria travar o 25 de Abril ou, pelo menos, queria retirar o apoio do PCP ao dito golpe. Insensível à atmosfera de fim de regime que se respirava em Lisboa, Cunhal - a partir de Paris - seguiu até ao fim a velha linha do PCP, a saber: os golpes militares contra o Estado Novo eram "aventureirismos" que o PCP devia boicotar.

Amanhã, as viúvas de Cunhal vão comemorar aquilo que Cunhal queria evitar.

 

Henrique Raposo

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/alvaro-cunhal-nao-queria-o-25-de-abril=f721121#ixzz1syVb47fD

publicado por José Carlos Silva às 17:12 | link do post | comentar
Domingo, 22.04.12

Liberdade em Abril

Abril. É um mês que me recorda sempre um momento único: a conquista da liberdade. Mas que me remete para outro momento: o da ética e da responsabilidade, do bom senso e o de saber estar e ser, pois foi para isso que há 38 anos o Povo saiu à rua e a Noite se fez Dia. Para isso houve a conquista da Liberdade. Recordo ainda o dia em que no antigo Ciclo Preparatório (Marnoco e Sousa), que já tinha sido Casa de Justiça (tribunal), e hoje alberga os renovados Serviços Camarários), tudo sai cá para fora e escuto a voz de trovão do professor Vieira a anunciar a Revolução dos Cravos e a conquista da Liberdade.

A partir desse dia Liberdade foi a palavra que mais ouvi. E fiquei a gostar desta palavra e deste mês de Abril.

Com o passar dos anos aprendi que a Liberdade é um bem precioso, tão precioso que não tem preço. Daí haver a premência de existir ética, responsabilidade, bom senso e saber estar e saber ser.

A Liberdade não se dá, não se vende, acima de tudo oferece-se com um sorriso que o quotidiano nos dá. Este é o melhor preito que podemos oferecer aos Homens que protagonizaram Abril, porque a Liberdade é um bem se for nossa e também de todos.

Abril. Recordo esse grito desse professor que gritou: «Viva a Liberdade». Já lá vão trinta e oito anos, tinha apenas onze. Mas recordo o momento e foi marcante.

Liberdade em Abril. Foi lindo! E hoje?

publicado por José Carlos Silva às 15:25 | link do post | comentar
Sábado, 21.04.12

Da liturgia

Há na liturgia do acto político uma premência: seriedade na sua prática, pois a sua não efectivação torna-a numa descontinuidade, fazendo do seu discurso um vazio ensurdecedor. E redundando numa outra dura realidade: mais de duas décadas de poder conduzem ao despudor de ousar insinuar a negação do direito à luta pela alternância democrática por esse mesmo poder. Ironia! Que sina!

O melhor de uma democracia é dispor de liberdade e ter o imperioso dever de almejar, ousar, cobiçar, sonhar ser alternativa a um poder que se pretende eternizar a todo o custo.

publicado por José Carlos Silva às 14:21 | link do post | comentar

Da homilia política

Faz parte da homilia política – da sua arquitetura -, assim como da própria matriz do pensamento estratégico dos decisores (estrategas políticos), que não vale a pena «perder tempo» com atividades políticas – devidamente focalizadas – a uma certa distância de eleições. Penso o oposto: é vital.

Em situações de âmbito nacional (eleições legislativas, presidenciais ou europeias) aceito, pois as máquinas partidárias estão em constante pré-campanha e os líderes partidários têm visibilidade na comunicação social quanto baste.

A nível local e regional têm que existir formas de potenciar os líderes e os quadros da oposição, dando-lhe a visibilidade devida e merecida. Porque quem está na oposição em concelhos distantes dos grandes centros de decisão dispõe de uma visibilidade na comunicação social nula ou quase nula. Enquanto quem ocupa os lugares de decisão – a nível local – beneficia diariamente dessa mesma exposição. Daí a premência de criar mecanismos para que esta situação seja ultrapassada.

publicado por José Carlos Silva às 13:59 | link do post | comentar

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