Ultimatos, marcas e deslealdades socialistas
António Costa não recebeu ordem para ter calma. Nada disso. José Sócrates intimou-o a tomar conta do Partido Socialista de assalto, sem rodeios, isto é, sem olhar a meios nem a modos.
O naco de prosa que o Expresso reproduz é elucidativo: “O que resultou da comissão política é um empenho de todos para procurar construir essa unidade (...) Esse esforço clarifica-se rapidamente até porque há calendários que estão a correr: há uma comissão nacional do PS dia 10 de fevereiro. Até lá tem de haver clarificações da possibilidade ou impossibilidade de haver esse etendimento comum", afirmou António Costa em jeito de ultimato, no programa da SIC-Notícias, "Quadratura do Círculo".
Ultimato!
Marcar o dia 10 de Fevereiro como data limite é pedir a António José Seguro que atire a toalha ao chão.
Hilariante, é ler as seguintes declarações de António Costa: «Ouvi e não gostei. É um tipo de linguagem imprópria e que não tem tradição no PS. E digo-lhe mais: não só não tem tradição, como também não tem futuro porque não é essa a marca do PS e não vai ser com certeza", disse; por causa da questão das acusações de «deslealdades».
A desculpa está conseguida para dividir as tropas, as bases, os militantes, e as arregimentar.
Neste andamento da festa, questiono: Seguro tem as bases (o povo) na mão ou não? Ou Costa vai ter o poder de sedução de lhe roubar o povo, as bases?
O 10 de fevereiro, o ultimato, joga-se na contagem de espingardas, nas bases.