Homilia de quem caminha.

«1 – Perfila-se o candidato ao lugar. 2 – O candidato faz a sua equipa, recheando-a dos melhores. 3- Vai a votos. É eleito. 4- Depois espera um tempo até ao Ato de Posse. É dos livros: ou porque é necessário receber os dossiês ou porque não passar a imagem de sofreguidão pelo poder. 5 – Por fim, marca o evento, a sua própria sacralização, a tomada do seu próprio poder, um poder que não é apenas seu, mas de todos aqueles que o acompanham, de todos aqueles que estarão presentes no Ato de Posse. Porque será isso que os unirá. 6 – Por isso mesmo, o ato é preparado ao milímetro, ao mais ínfimo pormenor. Marcam-se reuniões. Primeiro reúne o dito Núcleo Duro. Depois Um Grupo Um Pouco Mais Alargado. E, por último, o Grupo Permanente. Este reúne para «afinar» tudo ao pormenor, para que nada falhe. Estrutura, delineia, afina o evento. Anuncia os objetivos, proclama os oradores externos que estarão presentes e a sua relevância. Mais importante: define a tarefa de cada um e a imperiosa premência de a mesma ser cumprida. Resolve, também, o local do evento, determina quem cuida da cenografia e do sucesso do evento, comete responsabilidades: decoração da sala; tipologia das mesas e sua disposição, e sua proximidade às mesas principais; quem se senta ao lado de quem e segundo que critério (mesas principais); alinhamento das palavras (quem fala, quando fala, e qual a ordem); 8 – Por último, a sala respira alegria, caminha-se.» In Honorato

publicado por José Carlos Silva às 15:58 | link do post | comentar